A Outra Face de BJH
As cidades de Dieburz, Esch-Sur-Alzethe, Helsínquia, Lille, Lyon, Lisboa, Nantes, Paris, Sofia, Uden e Würzburg são o cenário da temporada Novembro/Dezembro, inerente à digressão europeia dos Barclay James Harvest. A passagem por Portugal, trouxe os “velhos rapazes” que no final da década de 90 passaram a fazer parte da banda.
Numa noite anuviada, prenunciadora de chuva, ordenada pelo vento e temperatura amena, a Aula Magna voltou a ser o refúgio e o templo para os fiéis do grupo de influência cristã. Tal como no espectáculo concedido a 9 de Outubro do nono ano deste século, os fãs oriundos de Aveiro, disseram “presente”, fazendo-se notar na primeira fila dos lugares designados doutorais. Proveniente de coordenadas do continente africano, um casal, deslocou-se intencionalmente de Angola para ver a actuação do seu “clube”.
Um a um, às 21h40, os músicos povoavam o palco. Simultaneamente, o pessoal de backstage, colocava tampões protectores do aparelho auditivo. A história dos BJH é apresentada através de repertório abordado em três ambientes musicais: comercial, acústico e laivos de hard rock.
Apesar da ausência de «Victims of Circumstance», na ambiência populista destacou-se «Sip of Wine», onde Les Holroyd (vocalista e baixo) tocou guitarra ritmo e Steve Butler ajeitou-se no baixo, com o público a entoar vigorosamente o refrão sem solicitação dos instrumentistas. A beleza de «Kind of Changes» foi realçada com excelentes arranjos, mediante engenhosos sons planantes da guitarra solo e das distintas notas do baixo que marcavam o momento após o estribilho.
A atmosfera acústica é explorada sem bateria (Louis Palmer, substituto do falecido Mel Pritchard), numa toada folk, alicerçada pela polivalência, onde os musicistas vivenciaram os dotes do processo criativo, trocando de instrumentos: Colin Browne e Butler preteriram os sintetizadores por guitarras acústicas (uma de 12 cordas), assim como Holroyd.
A construção da sonoridade mais pesada, diferenciável do som típico do grupo, teve ponto alto em «Gonna Be The Night», firmado pela densa narrativa composta pelas cordas graves da viola Ibanez de Mike Byron-Hehir, o qual, em «Fly Away», fruto da longa introdução com deformação sonora gerada por distorção, apreciando o entusiasmo da audiência, provocava dizendo “não vos oiço!”
Num tempo em que alguma antiga banda apresenta-se ao vivo sem estar colada ao som das suas origens, neste caso o rock sinfónico, pode significar a ascensão ou a fogueira da Inquisição dos media. Além disso, tendo em conta que já passaram por cá… Mas, as canções apresentadas não foram as mesmas. Os músicos não eram tão comunicativos… Contudo, convém lembrar que as personagens em palco eram outras, estando associadas aos sucessos mais recentes dos Barclay. Por isso, qualquer exercício comparativo ao concerto do ano passado será despropositado.
Blá-blá-blá: Ghost4u
Tiro ao boneco: Maxmix
Penetra e Logística: Cosmic Keys
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