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2014/07/05

Dol(ly)

 

 Dol(ly)


                Conhece os Marretas? “São uns bonecos que tornaram especiais os momentos passados em frente ao pequeno ecrã pelos actuais velhos como a Sé de Braga ou os velhos do Restelo”, adianta o leitor. Porém, refiro-me a um grupo de quatro individualidades muito especiais, com os pés assentes na amizade. Além dos habituais encontros pautados por salutar ambiência e pelo comum gosto de escutar música em formato vinilo, a par da disponibilidade para investigarem novas linguagens sonoras, frequentam concertos e assistem a transmissões televisivas de sofridas partidas de 22 pares de pernas a perseguirem, em debandada, um esférico outrora denominado Tango, e por ocasião do Campeonato do Mundo de Futebol no Brasil, promovido ao epíteto Brazuca.

 

                Decorrido um encontro algures na Quinta do Conde, onde esteve um aspirante a Marreta e uma individualidade “doutorada” em prensagens vinílicas, aquando a audição de várias edições de «Blue train» - primeiro álbum de John Coltrane -, o “doutor”, debruçando-se em argumentos sobre os exemplares ouvidos, ao mesmo tempo que hidratava a garganta com Hedges & Butler (whisky de 8 anos e 43% de volume de álcool), ao referir que “nenhuma dessas edições é da DOL”, despertou em mim, uma reflexão sobre a lógica, muitas vezes oculta, que preside às frases proferidas.

             Endeusamento do que quer que seja é hoje muito frequente, sendo algo que incomoda-me. Até porque tal colocação nos píncaros ancestrais, retira mérito a boas iniciativas e produtos que, em matéria de edições discográficas são olhadas com desdém nos escaparates, pois carecem do selo de uma editora de renome. Este princípio faz com que muitas vezes, outras boas opções acabem por ser esquecidas. Por outro lado, a memória é curta e, por conseguinte, muitos estão esquecidos que, assim como existem excelentes edições originais em LP, também há medíocres.

               Com franqueza, quando foi dito que “nenhuma dessas edições é da DOL”, fiquei atónito… Lembrei-me das críticas ao primeiro mamífero clonado com sucesso a partir de uma célula adulta – ovelha Dolly – a 5 de Julho de 1996. Até parece que é banal tudo o que não tenha a label Analogue Productions, Blue Note, CBS, Impulse, Mobile Fidelity ou Verve!

           Sendo pragmático e racional, eis algumas considerações: de que adianta adquirir edições XPTO que possivelmente nunca irão rodar no gira-bolachas (vulgo gira-discos), por não se enquadrarem no gosto pessoal? Assim, de que adianta a aquisição de tais edições para numa conversa, dar a entender que tem a fantástica edição? De que adianta prescindir de exemplares que não são más clonagens, sendo a resposta para poupar-se alguns “euricos” em comparação ao valor sobrecarregado das edições maravilha?

Quanto às edições consagradas, entendo que sejam apetecíveis. Mas se soubermos ouvir sem preconceitos outras prensagens, verificamos a existência de edições que alargam o lote de opções, respondendo à procura crescente de títulos em vinilo. Desde 2012, os exemplares da DOL, sem ser réplicas idênticas, vão surpreender o ouvinte pela qualidade em função de fruir de audições que provocam sorriso no semblante. Ouça e aprecie as clonagens de Charles Mingus - «Mingus ah um» (DOL717), Dave Brubeck Quartet - «Time out» (DOL705), «Relaxin´ with» The Miles Davis Quintet (DOL720), Muddy Waters - «At Newport» (DOL009), Chet Baker - «In New York» (DOL749) e «Chet» (DOL758).


Blá-blá-blá com a antiga grafia: Ghost4u

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