Também conhecido por James, o baterista Jimmy Cobb, que no vigésimo dia de 2010 completará 81 anos de vivência – lídimo legatário do efeito célebre do registo fonográfico que marcou endelevelmente o curso e o progresso da ciência jazzística – apresentou-se no palco do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, de boné e trajado com camisa cinza e calça preta segura por suspensório. Acompanhado por Buster Williams (contrabaixo), Javon Jackson (sax tenor) Larry Willis (piano), Vincent Herring (sax alto) e Wallace Roney (trompete), durante 1h50 interpretaram nove temas, percorrendo todas as sonoridades inclusas em Kind of Blue. Com o seu inimitável estilo de pegar a meio a baqueta de serventia à tarola, sendo a individualidade de proa da banda, seria previsível efectuar vários solos para fazer soar o seu virtuosismo. Todavia, Cobb passou despercebido, solando uma única vez na oitava interpretação, onde no preciso momento vigoroso, quando ajeitou o suspensório, nenhuma quebra rítmica foi notada.
Num espectáculo imerso de sentimentalismo, os primeiros acordes para o álbum que no seu tempo de lançamento (Agosto de 1959), não fez parte da tabela dos LP´s mais vendidos, foram dados na passagem, sem pausa, do segundo para o terceiro tema, com as notas do contrabaixo de So What, acompanhadas pela cénica luz azul a incidir sobre o sexteto.
No final, antes do tema que preencheu o encore, Jimmy Cobb apresentou o line-up e disse “espero voltar mais tarde a este país.” Se tudo correr bem, a 6 de Dezembro, o “Príncipe” estará entre nós para encerrar o simbólico regresso do Cascais Jazz.
Ghost4U (texto)
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